quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Parte 35

-Demi-

Eu não sabia há quanto tempo eu estava presa aqui, mas era muito tempo. Eu também não tinha a menor ideia de onde eu estava, apenas que eu conseguia ouvir os sinos da igreja muito altos. Se eu tivesse que chutar eu diria que eu estava dentro da igreja, na torre talvez.

_Levanta sua vaca, eu acho que o padre Sterling está desconfiando que fui eu que te sequestrei._ disse uma mulher, eu estava vendada então não sei quem ela é.
_O que você quer de mim?_ eu perguntei, ela riu.
_De você? Nada. Eu quero que seu namoradinho sofra por ter me humilhado tanto._ ela disse e eu fiquei confusa. Joe a humilhou? Eu nunca vi Joe humilhar ninguém.
_O que ele fez?_ eu perguntei mesmo sabendo que seria melhor para mim ficar calada.
_Calada sua cadela._ ela disse com a voz nervosa, e eu pude ouvir seus passos se distanciando.

-Joe-

Sterling e eu chegamos à delegacia e contamos ao delegado tudo sobre essa tal de Laura. Eu me lembro vagamente dela, por isso não tenho noção da qual seria o motivo dela querer se vingar de mim usando a Demi.

Voltei para casa e resolvi tirar um cochilo quando meu telefone toca. Era Nick.
_Alô?_ eu disse afobado.
_Joe, vem para a Igreja, eu ouvi um barulho suspeito e pedi para Padre Sterling checar e ele me ligou dizendo que ouviu vozes, mas que ficou com medo de subir na torre sozinho. Vamos!_ ele disse e eu desliguei o telefone, troquei de roupa e fui para a Igreja correndo mesmo.

Lá chegando eu e Nick corremos para a Torre, e de repente uma menina, que eu me lembro das missas estava apontando uma arma para a cabeça de Nick. Eu vi alguém sentado no chão atrás da garota louca e percebi que era a Demi.
_Demi!!!_ eu gritei sem pensar.
_JOE!!_ ela respondeu, mas antes que eu pudesse dar um passo à frente a garota gritou.
_Mais um passo e seu amigo aqui morre._ eu fiquei parado pensando no que eu podia fazer para sair daquela situação sem que ninguém se machucasse.
_Laura?_ eu perguntei e ela assentiu.
_Eu mesma._ ela respondeu.
_O que eu fiz para você me odiar tanto?_ perguntei confuso.
_Eu te amava e respeitava tanto, eu pedi para você deixar de ser padre para ficar comigo, mas você respondeu que nunca deixaria de ser padre. NUNCA! E eu acreditei em você, até essa vadia chegar na sua vida._ ela gritou, e eu realmente não conseguia me lembrar dela direito, mas não podia deixar ela perceber isso ou estaríamos todos fritos.
_Laura, quando nós conversamos eu realmente não tinha nenhuma intenção de deixar de ser padre, eu sinto muito que eu te fiz sentir desse jeito, mas a Demi não tem nada a ver com isso, nem o Nick, o que você acha de liberar eles e nós conversamos sozinhos?_ eu disse, eu precisava de tirar Demi dali.
_NÃO!!!_ Demi gritou e Laura sorriu.
_Isso sim é uma ótima ideia.

Depois que Nick e Demi saíram eu me sentei perto da Laura e ele começou a chorar.
_Por que você se apaixonou por ela e não por mim?_ ela perguntou e eu olhei para baixo. Como se responde uma pergunta dessas?
_Olha, eu não consigo te explicar porque me apaixonei por alguém, a gente não escolhe quem vai amar, mas a gente não machuca quem a gente gosta então se você diz que gosta de mim, por que você me machucou tanto sequestrando a Demi?_ eu perguntei e ele apontou a arma para mim.
_Ela não passa de uma vadia._ ela disse e eu fiquei calado, nada que eu dissesse poderia ajudar naquele momento. Eu fiquei calado por uns 10 minutos, foi quando ela voltou a chorar compulsivamente e largou a arma, sabia que agora era a minha chance. Pedi que ela sentasse do meu lado e assim ela o fez.
_Eu sinto muito por você estar sofrendo tanto, eu sinto mesmo. O que eu posso fazer para ajudar?_ ela sorriu e me abraçou, e foi nesse momento que eu segurei seus braços de um jeito que ela não conseguia se soltar, e peguei a mesma corda que ela usou para amarrar a Demi para amarrá-la. Quando ela estava presa eu liguei para a polícia.

A polícia chegou rapidamente e eu corri para abraçar Demi, ela estava tão frágil.
_Amor, como você está?_ eu perguntei, mas ela não respondeu apenas me abraçou mais forte e escondeu seu rosto em meu peito. _Shh, agora vai ficar tudo bem, vem... vou te levar em um médico para ver se está tudo bem com você. Vamos?_ ela apenas assentiu.

-Demi-

Eu estava deitada na cama do hospital em choque, meu Deus, eu estava grávida! Será que Joe ficaria feliz com essa notícia? Eu mesma não sabia se estava feliz ou não. Eu decidi que contaria isso a ele mais tarde, então quando o médico disse que eu podia ir embora fui para casa com Joe.
_Você está tão calada, aquela maluca fez alguma coisa de ruim com você?_ ele perguntou todo preocupado, eu sorri e sacudi a cabeça.
_Eu estou bem, eu juro._ eu disse sorrindo e vi que ele não acreditou, então me levantei e lhe entreguei um bilhete. _Você lembra que antes de nos envolvermos você me disse qual era o seu maior e mais maluco sonho?_ perguntei e ele assentiu.
_Lembro, eu disse que meu maior sonho era ser pai, o que naquela época era impossível porque eu ainda era padre._ ele disse e eu sorri lhe entregando o bilhete.

“Don’t you dream impossible things?”

_Demi, o que você quer dizer com isso?_ ele perguntou curioso.
_Não é mais um sonho._ eu disse e ele me abraçou com muita força.
_Você está grávida?_ eu assenti. Naquele momento eu pude ver em seus olhos que esse bebê viria como um recomeço para nós dois. Afinal, tudo tem começo e meio. O fim só existe para quem não percebe o recomeço.


...fim.

Espero que tenham gostado!!

Muito obrigada!!

Gabi




Parte 34

-Joe-

Depois que li o bilhete fui correndo para o quarto e vi que a Demi ainda estava dormindo. Eu a cutuquei de leve.
_Acorda amor._ eu disse e ela abriu os olhos assustada.
_O que foi?_ ela perguntou, eu sorri.
_Desculpa, eu não queria te assustar, mas achei esse bilhete na cozinha._ eu lhe entreguei o bilhete e ela nem ao menos leu.
_Eu achei ele ontem debaixo da porta quando chegamos da festa, essa pessoa realmente está me assustando. Eu acho que deveríamos ir à polícia para ele tentarem descobrir quem está nos ameaçando._ ela disse e eu assenti, estava na hora de envolver as autoridades nesse caso.
_Hoje a tarde vamos na delegacia, ok?_ perguntei e foi a vez dela assentir.

-Demi-

Logo depois do almoço Joe e eu nos arrumamos para irmos até a delegacia, mas assim que saímos de casa eu tive a impressão de que estávamos sendo seguidos.
_Joe, eu acho que tem alguém nos seguindo._ eu disse preocupada e ele apenas riu.
_Deixa de bobeira Demi, isso é só paranoia por causa dos bilhetes anônimos._ ele disse e eu revirei meus olhos, eu tinha certeza que não era paranoia, e mesmo que fosse, depois de todas aquelas ameaças eu tenho o direito de um pouco de paranoia.
Viramos a esquina e de repente eu vi que alguém bateu forte na cabeça do Joe com um taco de beisebol, eu comecei a gritar, mas alguém logo em seguida me bateu também e tudo ficou preto.

-Joe-

Eu acordei no hospital com Nick ao meu lado.
_O que aconteceu? Cadê a Demi?_ eu perguntei desesperado quando notei que ela não estava no quarto. Nick desviou o olhar e imediatamente eu soube que alguma coisa estava errada.
_Joe, nós não sabemos onde a Demi está. Eu te achei caído na rua sozinho perto da delegacia. Apenas a bolsa da Demi estava do seu lado no chão. Você viu alguma coisa?_ Nick explicou e depois perguntou e eu comecei a chorar na mesma hora.
_Nós estávamos a caminho da delegacia para entregar mais um bilhete que apareceu lá em casa, Demi disse que estava com a impressão de que tinha alguém nos seguindo, mas eu achei que fosse só paranoia dela, quando de repente eu senti uma pancada enorme na cabeça e não lembro de mais nada. Nick, eles levaram minha Demi, tenho certeza disso._ eu disse em pânico, eu nunca iria me perdoar se algo de mau acontecesse com ela. Nick bateu de leve no meu ombro.
_Nós vamos achá-la, cara, a polícia já está procurando por ela.

...duas semanas depois...

Eu já estava perdendo a fé, como que em uma cidade tão pequena como essa uma pessoa podia desaparecer desse jeito? Eu não conseguia mais dormir e pedi uma folga do trabalho, eu não conseguia focar em nada que não fosse achar a Demi. Eram tantas pistas falsas que em horas como agora eu tinha certeza que nunca mais eu iria abraçá-la outra vez.

Resolvi ir ao único lugar em que eu ainda sentia alguma paz. A igreja.
_Joseph, como você está irmão?_ eu ouvi Sterling, o padre, perguntar. Eu o olhei e lembrei de como a vida dá voltas. Ele há um tempo atrás era meu maior inimigo, agora ele me chamava de irmão. Eu não disse nada apenas o abracei e chorei. Ele entendeu que era exatamente daquilo que eu precisava naquele momento.

Depois de uma boa hora de choro, ele me guiou até o anexo da igreja, onde ele mora, onde eu morava, e nos sentamos no sofá.
_Não perca sua fé Joseph, as coisas podem acontecer de um jeito meio torto, mas Deus sempre sabe o que faz._ ele disse e eu o olhei nos olhos.
_Eu sei, mas é tão difícil acreditar que Deus quis que minha pequena fosse sequestrada dessa forma, eles nem ao menos entram em contato, eu não sei nem se ela ainda está viva..._ eu disse chorando mais uma vez.
_Joe, eu sei que isso vai parecer maluquice, mas me conte toda a história para eu ver se posso ajudar, porque uma das beatas mais fiéis aqui da igreja não aparece desde que seu namorada sumiu._ ele disse e eu contei toda a história para ele, inclusive os detalhes dos bilhetes. _Joseph, vamos para a delegacia agora porque eu acho que Laura é a pessoa que levou sua namorada, ela sempre disse que não aceitava que você tinha desistido da sua vocação para ficar com uma mulher.


...continua...

Oi gente!

O próximo capítulo será o último, e eu já estou acabando de escrever então devo postar antes de dormir hoje ainda.

Espero que gostem.

Valeu.