-Demi-
Eu não sabia há quanto tempo eu
estava presa aqui, mas era muito tempo. Eu também não tinha a menor ideia de
onde eu estava, apenas que eu conseguia ouvir os sinos da igreja muito altos.
Se eu tivesse que chutar eu diria que eu estava dentro da igreja, na torre
talvez.
_Levanta sua vaca, eu acho que o
padre Sterling está desconfiando que fui eu que te sequestrei._ disse uma
mulher, eu estava vendada então não sei quem ela é.
_O que você quer de mim?_ eu perguntei,
ela riu.
_De você? Nada. Eu quero que seu
namoradinho sofra por ter me humilhado tanto._ ela disse e eu fiquei confusa.
Joe a humilhou? Eu nunca vi Joe humilhar ninguém.
_O que ele fez?_ eu perguntei
mesmo sabendo que seria melhor para mim ficar calada.
_Calada sua cadela._ ela disse
com a voz nervosa, e eu pude ouvir seus passos se distanciando.
-Joe-
Sterling e eu chegamos à
delegacia e contamos ao delegado tudo sobre essa tal de Laura. Eu me lembro
vagamente dela, por isso não tenho noção da qual seria o motivo dela querer se
vingar de mim usando a Demi.
Voltei para casa e resolvi tirar
um cochilo quando meu telefone toca. Era Nick.
_Alô?_ eu disse afobado.
_Joe, vem para a Igreja, eu ouvi
um barulho suspeito e pedi para Padre Sterling checar e ele me ligou dizendo
que ouviu vozes, mas que ficou com medo de subir na torre sozinho. Vamos!_ ele
disse e eu desliguei o telefone, troquei de roupa e fui para a Igreja correndo
mesmo.
Lá chegando eu e Nick corremos
para a Torre, e de repente uma menina, que eu me lembro das missas estava
apontando uma arma para a cabeça de Nick. Eu vi alguém sentado no chão atrás da
garota louca e percebi que era a Demi.
_Demi!!!_ eu gritei sem pensar.
_JOE!!_ ela respondeu, mas antes
que eu pudesse dar um passo à frente a garota gritou.
_Mais um passo e seu amigo aqui
morre._ eu fiquei parado pensando no que eu podia fazer para sair daquela
situação sem que ninguém se machucasse.
_Laura?_ eu perguntei e ela
assentiu.
_Eu mesma._ ela respondeu.
_O que eu fiz para você me odiar
tanto?_ perguntei confuso.
_Eu te amava e respeitava tanto,
eu pedi para você deixar de ser padre para ficar comigo, mas você respondeu que
nunca deixaria de ser padre. NUNCA! E eu acreditei em você, até essa vadia
chegar na sua vida._ ela gritou, e eu realmente não conseguia me lembrar dela
direito, mas não podia deixar ela perceber isso ou estaríamos todos fritos.
_Laura, quando nós conversamos eu
realmente não tinha nenhuma intenção de deixar de ser padre, eu sinto muito que
eu te fiz sentir desse jeito, mas a Demi não tem nada a ver com isso, nem o
Nick, o que você acha de liberar eles e nós conversamos sozinhos?_ eu disse, eu
precisava de tirar Demi dali.
_NÃO!!!_ Demi gritou e Laura
sorriu.
_Isso sim é uma ótima ideia.
Depois que Nick e Demi saíram eu
me sentei perto da Laura e ele começou a chorar.
_Por que você se apaixonou por
ela e não por mim?_ ela perguntou e eu olhei para baixo. Como se responde uma
pergunta dessas?
_Olha, eu não consigo te explicar
porque me apaixonei por alguém, a gente não escolhe quem vai amar, mas a gente
não machuca quem a gente gosta então se você diz que gosta de mim, por que você
me machucou tanto sequestrando a Demi?_ eu perguntei e ele apontou a arma para
mim.
_Ela não passa de uma vadia._ ela
disse e eu fiquei calado, nada que eu dissesse poderia ajudar naquele momento.
Eu fiquei calado por uns 10 minutos, foi quando ela voltou a chorar compulsivamente
e largou a arma, sabia que agora era a minha chance. Pedi que ela sentasse do
meu lado e assim ela o fez.
_Eu sinto muito por você estar
sofrendo tanto, eu sinto mesmo. O que eu posso fazer para ajudar?_ ela sorriu e
me abraçou, e foi nesse momento que eu segurei seus braços de um jeito que ela
não conseguia se soltar, e peguei a mesma corda que ela usou para amarrar a
Demi para amarrá-la. Quando ela estava presa eu liguei para a polícia.
A polícia chegou rapidamente e eu
corri para abraçar Demi, ela estava tão frágil.
_Amor, como você está?_ eu
perguntei, mas ela não respondeu apenas me abraçou mais forte e escondeu seu
rosto em meu peito. _Shh, agora vai ficar tudo bem, vem... vou te levar em um
médico para ver se está tudo bem com você. Vamos?_ ela apenas assentiu.
-Demi-
Eu estava deitada na cama do
hospital em choque, meu Deus, eu estava grávida! Será que Joe ficaria feliz com
essa notícia? Eu mesma não sabia se estava feliz ou não. Eu decidi que contaria
isso a ele mais tarde, então quando o médico disse que eu podia ir embora fui
para casa com Joe.
_Você está tão calada, aquela
maluca fez alguma coisa de ruim com você?_ ele perguntou todo preocupado, eu
sorri e sacudi a cabeça.
_Eu estou bem, eu juro._ eu disse
sorrindo e vi que ele não acreditou, então me levantei e lhe entreguei um
bilhete. _Você lembra que antes de nos envolvermos você me disse qual era o seu
maior e mais maluco sonho?_ perguntei e ele assentiu.
_Lembro, eu disse que meu maior
sonho era ser pai, o que naquela época era impossível porque eu ainda era
padre._ ele disse e eu sorri lhe entregando o bilhete.
“Don’t you dream
impossible things?”
_Demi, o que você quer dizer com
isso?_ ele perguntou curioso.
_Não é mais um sonho._ eu disse e
ele me abraçou com muita força.
_Você está
grávida?_ eu assenti. Naquele momento eu pude ver em seus olhos que esse bebê
viria como um recomeço para nós dois. Afinal, tudo
tem começo e meio. O fim só existe para quem não percebe o recomeço.
...fim.
Espero que tenham gostado!!
Muito obrigada!!
Gabi