terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Parte 22


_Demi, eu não consigo ficar longe de você! Por favor, me dá mais uma chance?_ ela sacudiu a cabeça, mas seus olhos me diziam outra coisa, então aproveitei minha chance e a abracei. Inicialmente ela tentou me empurrar, mas eu era mais forte do que ela, assim, eu olhei fixamente para seus lábios e não consegui resistir, eu a beijei.

-Demi-

Demorei um pouco para acreditar no que realmente estava acontecendo. Joe estava me beijando e eu, burra, estava beijando de volta. O empurrei com toda minha força e ele finalmente me soltou, e como ato reflexo minha mão voo até seu rosto onde lhe dei um tapa daqueles bem barulhentos. Quem ele pensava que era para brincar com meus sentimentos daquela maneira?

_Demi, me desculpa._ ele disse com cara de piedade e eu sacudi a cabeça.

_Joe, para com isso. Para de me machucar ainda mais, me deixa em paz, por favor, isso é demais para te pedir??

Ele olhou para o chão e tentou se aproximar de mim, mas eu não deixei.

_Demi, eu te amo._ ele disse e meus olhos se arregalaram. Eu queria muito acreditar no que ele estava dizendo, mas se ele me amasse tanto assim ele já teria escolhido ficar comigo e não seria mais padre.

_Não ama não. Para de brincar comigo. Eu não quero mais ouvir o que você tem a me dizer.

Com isso saí do seu quarto antes que ele tivesse chance de dizer ou fazer qualquer coisa.

-Joe-

Naquela noite eu não consegui dormir, eu não aguentava mais viver nesse dilema. Eu amava Demi sim, de verdade, mas ao mesmo tempo tinha muito medo de viver aquele amor, e depois não dar certo e eu ficar sem nada. Porque se um dia eu a perder o que será de mim? Eu teria largado minha carreira por ela e não a teria mais. Eu sei que não devia ser tão negativo em relação a isso, mas o medo não me deixava pensar positivamente. Existia apenas uma coisa de que eu tinha certeza naquele momento: eu precisava fazer alguma coisa ou iria enlouquecer.

Na manhã seguinte sentei-me junto de Sterling e resolvi pedir conselhos. Sabia que ele não gostava de mim e por isso mesmo eu fui atrás dele, eu queria sinceridade.

_Sterling, você lembra daquela menina que toma conta do orfanato?_ ele assentiu.

-Demi-

Dois meses tinham se passado desde que eu vira Joe. Padre Sterling continuava como seu substituto e toda vez que eu pedia Nick para perguntar por onde Joe andava ele respondia que ele ainda estava se recuperando do acidente, mas eu sabia que aquilo era apenas uma desculpa já que na última vez que eu o vi ele já estava bem. Alguma coisa estava acontecendo e ele não queria que eu soubesse. Não queria admitir, mas estava morrendo de saudades, ele me fazia muita falta.

_Demi, hoje nós temos que ir lá na casa paroquial pegar o auxílio mensal, você vem?_ Nick me perguntou e eu assenti. Lá no fundo eu queria mesmo era ver Joe. E indo à sua casa tinha grandes chances de isso acontecer. Apesar que nos mês passado ele não estava lá, ou se estava fingiu que não estava.

Bati na porta e Sterling atendeu, não havia nem sinal de Joe naquela casa, e o mistério estava ainda maior na minha cabeça. O Padre Sterling não me falava nada e pelo jeito como ele me tratava toda vez que eu tocava no assunto me dizia que ele sabia de toda a minha história com Joe, o que me deixava ainda mais preocupada, já que eles sempre se odiaram. Nick fez tudo que tinha que ser feito e nós voltamos para casa, ao chegar lá Nick se sentou ao meu lado no sofá e me entregou um envelope.

_Padre Sterling pediu para eu te entregar isso._ ele disse calmamente e percebi que era uma carta. Quando finalmente peguei o envelope percebi que sim, era uma carta, uma cara de Joe, para mim. Comecei a tremer e Nick me olhou com cara de preocupação. Abri a carta com dificuldade e quando a li não sabia se chorava ou sorria, minha vontade mesmo era de gritar.

"Demi,

Estou em minha cidade natal, em um mosteiro, pensei muito sobre a vida e finalmente tomei minha decisão, entreguei minha carta de dispensa hoje. O que deve ser ontem para você, já que essa carta não vai chegar até você imediatamente.

Volto para a cidade o mais rápido que puder.

Te amo.

Joe."

...continua...


"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever."

Comentários por favor??
Obrigada!

-gabi